A VOLTA DOS QUE JÁ FORAM

Tô solteira, por opção (ou falta de) há 2 anos, antes disso, somando os 2 últimos relacionamentos que foram quase emendados foram 11 anos de vida conjugal. E na plenitude da minha solteirice me considerava livre, leve, solta e plenamente feliz. Eu nem me lembrava mais como era não saber quando e com quem seria a próxima transa, e há algo de excitante nisso, não posso negar... às vezes me pego fuçando a agenda do meu celular, lembrando com quem eu saí ou com quem eu não saí mas deveria ter saído, quem valeria a pena sair de novo, quem eu nunca mais quero ver e merece ser apagado da agenda.

Fulano se casou, ciclano deve estar torrando sua fortuna bem longe de mim, João sumiu, Pedro foi morar fora do país e assim por diante, finalmente não tenho em quem pensar, por quem sofrer, de quem sentir saudade, pra quem ligar. Esta deve ser a plenitude da solterice, pensei... ôpa, se joga Carolina e seja feliz!

Talvez até por auto-proteção, durante esses anos de solteirice, procurei sempre evitar ao máximo a tal da paixão, quando sacava que o negócio podia “virar”, inventava desculpas esfarrapadas ou aprontava algo que fizesse com que o futuro “pretê” desistisse de tal “maluquice”. Mas, como a vida não é uma ciência exata, me pego agora aqui, de volta à paixonite, com a mesma sensação de qdo o vi “de verdade” pela primeira vez, em um café simpático, com um papo bacana, jogando limpo e colocando as cartas na mesa.

Parece que quando tudo está bem, vc já praticamente “esqueceu” que a pessoa passou por sua vida, ela saca, e volta, e liga, e aparece de surpresa, e diz coisas bregas e românticas (qual paixão não é brega?), e eu me pego aqui, pensando, pensando, pensando o que será que ele quis dizer com "vc ainda vai ser mto feliz ao meu lado" e esperando o telefone tocar novamente...

Ele sabe exatamente como eu sou e como reconquistar. O lance é que muitas vezes eu é que não sei como sou.