21.3.09

10:45 PM

Olho para o microondas e o relógio marca 10:45 PM. Abalado pelo caos de uma viagem de quase 5 horas para percorrer míseros 25 km, contrariando qualquer teoria física que relaciona tempo e espaço. Exausto, vejo pela varanda ainda as gotas de água que até bem pouco tempo atrás castigavam nossos ombros, suspiro e penso...

Nasci na Rua Frei Caneca, moro na Zona Leste, sou filho de migrantes que trabalharam nesta terra, meus amigos, meus irmãos e minha família são alguma coisa porque estamos aqui. Tudo que sou o que penso e o que tenho germinou no asfalto desta metrópole maluca e sã, bela e feia, acolhedora e cruel. Esta cidade é como uma amante má que te maltrata em um dia e depois lhe oferece seu seio.

Se esta amante por vezes é má conosco é porque seus tutores lhe privam e lhe maltratam, então, cansada de ser ofendida ela derrama todo o seu ódio, xinga, bate, mas depois chora ao nos ver tristes e cansados desta relação tão paradoxal.

Não sei quanto a você, mas eu amo esta cidade, e digo com orgulho "Sou paulistano mesmo, meu!"

Um comentário:

::Carol:: disse...

a tal relaçao de amor e ódio, onde fica impossível ser neutro ou indiferente.

meu, meu, meu, ótimo texto [na voz de caroliru-liru-liru]